Festival Internacional do Cesto de Balão

Vamos lá ver se consigo me lembrar do que se passou no nosso passeio de 4 semanas atrás! Não tenho tido tempo nenhum para atualizar aqui estas minhas memórias. Isto vai ser um bom exercício para mim. 

No sábado de 24 de setembro decidimos dar uma volta de balão de ar quente na zona da vanguarda tecnológica, Oeiras Valley 😂. Continuamos a explorar e a descobrir esta zona e os seus arredores.

Chegamos por volta das 10h00 ao Festival Internacional de Balões de Ar Quente, e já se encontrava muita gente no recinto do festival. Perguntei à Nika, "isto é que é um voo cativo?", conforme passávamos pelos cestos pousados no chão, com as pessoas lá dentro a puxarem os queimadores e a fazerem poses para as suas espetaculares fotos de Instagram. Como estava muito vento, os voos cativos ficaram sem efeito, e como as pessoas precisam de validar os seus fins de semana através das redes sociais, a organização permitiu que se desperdiçasse gás propano, para que as pessoas tivessem uma prova de como tinham estado no festival de cestos de balão no chão. Na minha opinião, já que não se vai voar, deviam ter em conta as consequências do conflito atual na Ucrânia e serem mais poupadinhos com o gás 😅. Podiam pelo menos ter aproveitado os queimadores para fazer uma churrascada, sei lá.

A Eva não ficou nada chateada com o facto de não haver voos de balão para ninguém porque o festival tinha uns insufláveis gigantes muito fixes onde passamos uma grande parte do nosso tempo. Ela ficou mesmo muito feliz, e nós também. Achamos piada também ao momento em que encontrámos a menina das pipocas, do nosso passeio da semana passada na Festa Animal 22, a trabalhar num dos insufláveis. Ela parecia um pouco desesperada com tantas crianças à volta. 😂

Com a hora de almoço a aproximar-se, voltámos para o carro que estava estacionado um pouco longe do festival. Este evento reúne mesmo muitas pessoas e por isso os lugares para estacionar perto do festival tornam-se escassos. 

Seguimos então até ao restaurante indiano Cinnamon para ir buscar o nosso Too Good To Go. Isto não foi muito bem pensado, porque comida Indiana por norma é picante, e a magic box (comida surpresa) que nos calhou, foi um caril de frango picante. A Eva ainda não tem idade suficiente para apreciar este tipo de comida 😅, portanto o almoço dela connosco no Jardim Municipal de Oeiras foi basicamente arroz basmati. O prémio de pior pai este fim de semana não vai para nós, porque trazemos sempre muita comida de sobra. Frutas, nozes, etc.

Não recomendamos a ninguém que utilize a aplicação Too Good To Go a encomendar uma magic box neste restaurante. O preço não compensa, trata-se basicamente de um serviço normal de take away onde ficas a perder porque não sabes o que raio vais comer. Cinnamon? Nãonamon, obrigado. 👀

Ficámos um pouco no Jardim Municipal a digerir o almoço e a relaxar na relva enquanto a Eva brincava no parque infantil antes de seguirmos para a Livraria-Galeria Municipal Verney, onde iríamos assistir a uma suposta sessão de cinema, com várias curtas de animação, dirigidas ao público infantil e às famílias, como anunciado pelo site da câmara municipal de "Oeiras Valley". (Este Valley mata-me de todas as vezes que o digo). Como é normal, fiz uma leitura errada do horário, e chegamos 30 minutos antes da Livraria abrir. Parece que este foi o dia de sorte da Eva, porque assim acabamos por ir comer um gelado ao Don Pavili (ultra recomendado), para passar o tempo.

O que nos esperava na galeria era uma série de curtas de animação, não muito apropriadas para crianças com 4 anos, e um momento de desconforto e constrangimento brutal, porque parecia estarmos a pisar em território reservado aos amigos da pessoa homenageada neste evento, João Paulo Cotrim.

Nós estávamos bem instalados nos lugares da frente, junto ao televisor onde passavam as animações, e das cadeiras onde os convidados e amigos teriam uma sessão de conversa com o público e falariam um pouco sobre Cotrim e a sua obra. Foi deveras uma bela homenagem prestada principalmente pelo seu amigo Nuno Saraiva, mas muito desconfortável para nós, pelo simples facto que não estava quase ninguém na sala, e os poucos que estavam pareciam ser amigos e conhecidos do Sr. Cotrim. Sentíamo-nos como intrusos apesar de o evento ser aberto ao público, e foi uma pena constatar quão poucas pessoas apareceram nesta sessão de cinema, quando Oeiras Valley neste dia estava cheio, cheio de visitantes como iria descobrir numa outra aventura presenteada pela minha querida mulher, já a seguir.

Acabada a visualização de curtas onde destaco "Fado do Homem Crescido" de Pedro Brito (nós os 3 concordamos que foi a melhor animação), indiquei à Nika que escapulisse com a Eva e que nos encontrássemos no recinto do festival dos cestos de balão, eu iria ficar um pouco a ouvir os amigos do Cotrim, não só porque não tinha coragem de sair naquele momento por achar a situação altamente embaraçosa, mas porque também tinha interesse nas notas explicativas e comentários sobre as obras que tinha acabado de assistir.

Por fim, depois de uma boa meia-hora encontrei a altura perfeita para desaparecer da sala sem chamar muito a atenção e parti em busca da Nika e da Eva. Como fiquei com a sensação que ela não tinha percebido bem o que lhe havia indicado, decidi dar uma vista de olhos pela livraria e arredores à procura delas antes de ir novamente para o festival do cesto. Tinha pouca bateria e por isso o telemóvel estava desligado. Liguei-o para localizar as minhas meninas e voilà, cartão bloqueado porque me enganei 3 vezes no PIN! Corri até ao festival e PESADELO! Um mar de gente. Fiquei estupidificado com a fila para os insufláveis das crianças. Quando lá tivemos de manhã só havia fila para 1 dos 4 insufláveis, e este era o único com time-limit para as crianças brincarem. As pessoas no fim da fila, que agora se dividia para os 4 insufláveis, com certeza tinham que esperar mais de meia-hora e as suas crianças não se poderiam divertir o tempo que desejassem. Completamente ridículo. É caso para dizermos "Deus ajuda a quem muito relativamente madruga". 😆

Andei para trás e para a frente e não as encontrei, era impossível naquele mar de gente. Voltei para trás, sempre atento à minha volta, procurei por elas no largo perto da gelataria e as ruas próximas da livraria municipal, sempre em passo acelerado, voltei à livraria e perguntei por elas na receção, já era outro moço que lá estava, acabado de entrar há 15 minutos. Fo**-se! E, de repente, na parte exterior da livraria onde ia haver um concerto dos amigos do Cotrim, lá vi a Eva a correr. Tinham estado este tempo todo na única parte da livraria que eu decidi não verificar, porque aparentava de longe vazia. Mas como é óbvio, a Nika lá conseguiu arranjar um qualquer ângulo morto onde eu não as conseguia ver ao espreitar.😂

Decidimos então que era melhor voltarmos para casa porque eu tinha que desbloquear o telemóvel para poder usá-lo e ir buscar uma caixa de bolos através da Too Good To Go às 19h00. Foi uma sorte surgida do azar, termos tomado esta decisão de voltar mais cedo, porque me tinha esquecido completamente que tinha a volta solidária para fazer esta noite. A minha "chefe" é que me lembrou por telefonema às 19h10, e foi já com 10 minutos de atraso que tive que ir a correr para pegar a carrinha da associação Dá-me a Tua Mão!

Deixo embaixo uma lista com os links das animações a que assistimos no "EnCotrim de Culturas".

• Algo Importante, 2009, João Fazenda (7 minutos);
• Sem Querer, 2011, João Fazenda (8 minutos);
• Um Degrau pode ser um Mundo, 2009, Daniel Lima (11minutos)
• Diário de uma Inspetora do Livro de Recordes, 2009, Tiago Albuquerque. (11 minutos).
• Fado do Homem Crescido, 2012, Pedro Brito (8 minutos).
• Spam Cartoon, vários anos, André Carrilho, João Fazenda, Cristina Sampaio e Tiago Albuquerque.